o gato músico místico e Kokas
vai dedilhando com pose aristocrática
na viola de madeira lascada
uma melodia fria e ausente
produto irado
do mais puro marketing refinado
ocasional e ajustado às circunstâncias
enche o peito e vai de cantar
cantigas melancólicas de amargura e luar
um lamento tranquilo estoira entretanto
no amanhecer estrépito da estepe
e desperta a natureza para o escutar
e a bagaceira começa por dentro do seu espírito a espairecer
e o champanhe a borbulhar
o sol maravilhado exulta então
e exibe
a secreta elegância
da pá
da picareta
e do carrinho-de-mão
através da aurora boreal da polidez
que prossegue indomável até vencer
o desânimo
o pessimismo
o não querer
25/01/2011