Fala do Anjo:
Eu estava com a vida assim mal servida
Tomando uma bebida
Tu chegaste bem perto
Como uma jóia ferida no deserto
Fala da Jóia ferida:
E disseste:
Hoje és só meu
Não há mais cretcheu
Sou a única nesta sala
E só tu me podes extrair esta bala
Fala da Jóia ferida
Levei um tiro!
Fiquei a gemer de dor
E se há alguém que pode acalmar este meu suspiro
Com certeza só podes ser tu, meu anjo protetor
Fala do Anjo:
Eu disse
Não sei quem te feriu
Não sei quem te pariu
Mas quero ser teu salvador
Mesmo que isso te possa soar, meio assustador
Fala do Anjo:
Sabes, eu também fui magoado
Em outro tanto conflito
Sofri muito atentado
E isso deixou-me deveras aflito
Fala da Jóia ferida:
Oh anjo, só tu me podes salvar
Só tu me podes amar
O que estará para mim reservado?
Será aquele anjo protetor que eu há anos tenho imaginado?
Fala do Anjo:
Tu foste baleada!
Já não sabes o que é certo ou errado
Não sabes se irás ser magoada ou amada
Não sabes se hás de avançar ou recuar
Fala do Anjo:
Se dizes que estás ferida
Se eu digo que estou magoado
Tu me ofereces guarida
Eu te ofereço o meu lado alado
Fala do Anjo:
Estamos ambos
Em altos mambos
Necessitando de um bom cafuné
E quem sabe se para aliviar essa dor bastará um café
Fala da Jóia ferida:
Com o meu arranhão
Com a minha súplica
Vêm em meu auxílio
Acaba com esse conceito de exílio
Fala do Anjo:
Têm calma minha jóia
Para quê entrar em paranóia?
Se ele não é nenhum canhão
Muito menos, o presidente da república
Mas sim, o teu elo conector
Aqui só para ti em modo anjo protetor!
Fala do Anjo:
Vem para minha casa
Deixa-me dar-te alento
Não te deixarei dormir ao relento
Dormirás sob a minha asa
Fala do Anjo:
Tu aceitaste
Na minha cama te deitaste
Fala da Jóia ferida
Tu de mim trataste
E o meu coração, purificaste