Canto este fado para ti
da força que vem de mim
por não ver o teu olhar;
ai que tortura o passado
ai que desejo magoado
não poder e querer voltar.
E que silencio me arrasta
nesta hora que não passa
já não sou de ninguém;
vou-me embora ao de leve
e que a vida seja breve
por não ter o amor d'alguém.
E por onde me levas,
ó Destino, por que trevas,
se não chego a lugar nenhum;
adeus quem me viu nascer
vou-me embora p'ra esquecer
que nunca tive amor algum.
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro