A dor silencia o beijo
Que acalma o ego
Numa zoada infernal
Abafada pelo ensejo
Do martelo no prego
Triste e sentimental
O beijo vive intemporal
Como o solto vento
Num sussurro breve
De olhar verbal
Efémero e cinzento
Alvo qual neve
O tempo vadio esquece
Cego deambula por aí
No chão e no meu mar
Aquece e arrefece
Ondula e espuma aqui
Sem asas para voar
O esquecimento mata
Vazio de sentido
Pássaro sem gaiola
Liberdade chata
Brio feio e estúpido
Da vida que imola
A morte foge à vida
Corre infindáveis léguas
Volta e mata de vez
Última despedida
Paz sem tréguas
Em tons de malvadez
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma