O vento frio na cara do petiz
Qual folha a tremer no peito
A lembrar poesia de Neruda
Fez olhar este mundo infeliz
Nesse imenso mar sem jeito
Noutro grito surdo por ajuda
Libertaram os primeiros trovões
E os relâmpagos incandescentes
Entre chuvas nervosas e copiosas
Do troar desses mortais canhões
Vêm brados, prantos inocentes
Das mães tristes e chorosas
O chão estremece só, silenciado
A dúvida persiste hoje, amanhã
Não cai a noite, não nasce o dia
O corpo já desfalece amputado
Sem alma, esperança de vida vã
Sem alegria ou pedaço de magia
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma