Que vento foi esse
que te bateu na janela
e trespassou a vidraça
como se lança pontiaguda de gelo
e te vestiu de frio?
Quem soprou esse ar glaciar
medonho…
de ulcerar as mãos e o peito
em fendas dolorosas?
De que norte veio
para o teu verão
para as flores cheirosas do teu peito
o mais gélido vento de inverno?
Porquê assim…
tão repentino
tão fora de tempo
tão implacável?!...
João Luís Dias