O MONGE E A SERPENTE o encontro
'Pós anos de silêncio e solidão,
Aquela alma culpada e penitente
Eis que encontra uma filha de serpente
Totalmente indefesa pelo chão.
De tão fraca, ele a pega com a mão
Quedando quase inerte simplesmente.
Co'os olhos em seus olhos, frente a frente,
Sem esboçar a mínima reacção.
O monge a colocou em sua cesta
E a carregou consigo para fora
Da sempre tão quente e úmida floresta.
Já no mosteiro, a todos apavora
Como se enfim tivesse má a testa,
Visto o risco iminente d'aquela hora.
* * *
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.