Celebrar de nós o abraço, as mãos e as prosas
em cítaras de barro e flautas de pã.
Celebrar o tempo esguio em cestos de uvas,
nas amoras tardias das vielas do após últimas chuvas.
Ser de ti a entrega matizada em luas cor de argila,
d’híbridos corais e poesia: Celebrar, em júbilo,
antecipando o cio, o cheiro intenso, o fermento das colheitas,
o lagar em espera que, das oliveiras sucumbidas ao labor da vareja,
nele se afundem olivas, por entre dedos castos, sem luvas.
Ser migrante no vermelho do teu sangue. Pedinte, meliante…
Esperar paciente o eco retornado, em que o castanho
d’antanho se retinte brando em meus olhos verdes.
[que me importa, se de mim morta, te matasse sede …]
Subir-te a veia cava da saliva, da palavra,
e ai, na porta sitiada do teu ser, soltar-me solta
no grito d’adagas exaltando em bem-querer.
Clamar-te em glória, em espanto, galgando mágoas,
nomear-te, divinizando-te, amado, quando
fores em mim a fome saciada do meu silenciado pranto!
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