Num pedaco de tempo fui tua,
como um corpo na agua flutua,
numa mare agitada me deixei ir assim como uma tempestade nos faz ruir
Passei por ti e a ti te encarei,
mas nao serei!
Nao serei mais essa alma com que tu brincas,
nao serei mais o martir que trincas
Com esses teus dentes afiados,
aliados...
Arrojadas sao as tuas vontades amargas e com as tuas unhas alargas o buraco negro que gostas de deixar.
Na tua burca carregas uma acidez que nao negas quando olho para ti com os meus olhos vidrados de dor.
E amor...
Um amor desvanecido quando olho para este ser
enaltecido que tudo me faz temer sem nada temer.
Cravo-te agora na alma toda a minha calma e forca sem que te doa ou distorca mas que te faz morrer!
Desaparecer!
Sei que estas adormecida,
aura negra e perdida que em mim te encontras e te perdes.
Sem que tropeces faco-te desaparecer num piscar de olhos ao amanhecer.
Pego nos comprimidos e num copo de agua deixo para tras toda a magoa que trouxeste contigo.
Foste o meu abrigo...
A pastilha imaginaria que me deixava nostalgica sem que eu permitisse.
Se eu desisti-se?
Nao seria nada estranho vindo de mim.
Neste fernezim que foram os ultimos tempos entrego-te de volta os tormetos que me ofereceste com apresso.
O vento sopra e nele me deito no sossego sem despeito deixo-me ir...
Com proeza tive-te dentro do meu peito,
e agora me deleito ao ver-te partir.
Despeco-me de ti aura negra sem pena ou saude.
Cravo-te na alma a anciedade que em mim plantaste.
Recusaste o meu apelo desesperado quando te pedi para me lagares.
Sem negares ficaste.
E altura de te ver pelas costas sem mais palavras,
sem pedir respostas repostas.
Tenho a certeza de olhar para mim com clareza e ver que em ti nada mais encontrei que uma ferida...
Olho para ti no espelho todos os dias,
e espeto-te uma faca em quanto te achas vencedora
Aterrorizadora foi assim a noite em que abracaste o meu corpo nu
em mim deixaste uma dormencia que quase me levou a demencia
sem do.
Nao me deixavas adormecer e no medo de me perder eu deixei-me ir.
Esta na hora de te ver morrer sem demora
Nem que seja por agora.
Raquel Pereira