Hoje não durmo;
tenho necessidade de pensar,
necessidade de sentir,
de perceber o que se passa,
o que se passou,
o que poderá acontecer,
se é que isso é possível.
Não durmo;
para reunir o concilio dos deuses,
um conselho de ministros emocionais,
com um orçamento de sentimentos,
e um conjunto de propostas de lei,
subjacentes aos meus princípios,
na nobre tentativa de viver,
o melhor possível.
O silêncio da noite ajuda;
é permeável á reflexão,
é castrador da hiper estimulação,
permite-nos ver as estrelas,
deixa-nos ouvir a música dos pensamentos,
e excluir os cantores fracos,
os compositores perigosos,
que nos enganam, que nos mentem,
inibidores da esperança,
da mera possibilidade matemática,
de que as coisas,
podem sempre melhorar.
Hoje não durmo;
Café, música e palavras,
percepções e interpretações,
mas sobretudo factos.
Possibilidades para futuras ações;
Visão das dificuldades,
preparação para os desafios,
que são muitos
e começam logo pela manhã.
Hoje, troco a reflexão,
pela capacidade de sonhar,
E o descanso, pelo
sofrimento que sustenta
a mudança.