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Assim é a vida (AjAraujo)

 
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Somos eternos transeuntes,
estranhos no próprio chão,
o mesmo aroma que brota aqui,
na certa perfumará acolá.

Mas, fala-se de alternativas
sonha-se em tanto melhorar
e o desnível segue patente
a demonstrar a nova roupagem

Da escravatura humana,
de faraós a imperadores,
de senhores feudais a ditadores,
sinistra permanece através dos tempos.

Aqui, calma cidadela serrana
em frente à praça da matriz
andarilhos, bêbados,
estudantes, negociantes

no espaço aberto,
calçadas estreitas
e o coração fechado
e impiedoso cerra os olhos

Um homem chorava, motivo terá,
mas, de súbito fica rígido
estremece em crise convulsiva
e não brota mais gota da fonte

Cenas bizarras em meio aos turistas
preocupados em registrar o belo,
chocante esta indiferença coletiva
o guarda expulsando da via pública

No entanto, encanta-me a vida
ela mesma, nua e crua, feia e bela
viver é meu lema, em minha busca
há lugar para todos, acredite

Por trás da mordaça
se descobre o sorriso impedido
no segundo de um olhar
se descobre o sentimento perdido.

AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 1980, revisitado em 2000, descrevendo a chegada para um plantão em Nova Friburgo, RJ.

Arte de Slava Fokk
 
Autor
AjAraujo
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/12/2016 10:32  Atualizado: 17/12/2016 10:32
 Re: Assim é a vida (AjAraujo)
Um poema onde os sentidos da vida se faz numa realidade completa, a vida ~e fragmentada, dentro dela temos que se complementar