Encontrei na mão um pedaço de turfa
E lembrei-me de azáleas e de futuros
Frescos nas pontas dos dedos.
Logo temi a erosão das chuvas
As cinzas nos rios
E as aves de partida.
É pelos olhos que nasce o olhar
Na pétrea voz do acordar
E então suspirámos todos
Novos nas pontas dos cabelos
Aceitando um refúgio passageiro
Que se emudece colado ao tempo.
Inventam-se canções de roda
Menospreza-se o refrão
Abrem-se clareiras no chão.
Rolam-se animais no espeto
A lua lírica aparece
E a turfa cai de novo ao chão.