Ah, minha excelsa, senhora, de meus olhos,
inda não sabes tu que te amo inteiramente,
como viçosos ramos, de hortelã aos molhos,
vestido de carmesim, caindo-te lindamente.
Despertai, ó minha senhora, juntai-te a mim,
pois, meu coração requer aqui tua presença,
e vede, meu amor, és para mim, o que pra ti
sou, e nosso amor desperta a cada nascença.
Má sina a minha ter nascido poeta e escritor,
ó sorte, o dia em que te conheci! se sou feliz,
a ti devo, a mais ninguém, sobra-nos o amor.
E em cada verso meu tu estás lá guiando-me
a mão por sobre a folha esculpindo a raro giz
o que, a cada dia, breve, vais mostrando-me.
Jorge Humberto
07/03/08