Penalização Financeira
Já escrevemos diversas vezes sobre os problemas no trânsito, como as pessoas estão se comportando, principalmente nas cidades grandes.
O pior é que para dirigir na cidade estamos sujeitos a diversas situações para perdermos o nosso dinheiro que lutamos tanto para conquistar nesse nosso cotidiano.
Hoje não temos direito a mais nada; para encontrar um lugar para estacionar é um verdadeiro horror, muitas vezes é melhor deixarmos o veículo em casa e irmos de ônibus, ou até andando.
Praticamente em cada esquina temos um sensor eletrônico esperando algum carro para multar – com a atualização das multas ficou muito pior – não escapa nada, não estou aqui falando que não devia existir penalização financeira, mas que possamos ter mais direito no trânsito, as vias estão esburacadas, quando precisamos de algum preposto da secretaria de trânsito ele não vem.
Não adianta nem ligar se o sinistro – como eles gostam tanto de falar – for uma colisão pequena.
Dessa forma, as pessoas de má fé se aproveitam para não pagar a avaria no carro dos outros.
Foi assim que aconteceu comigo, quando estava num engarrafamento lá na Praça do Anjo Mau - nome sugestivo para esse acidente - veio um carro e bateu no fundo do meu, amassando uma parte do porta-malas.
Como o lugar estava engarrafado, fomos para uma rua secundária, trocamos telefone e o condutor até me disse que estava indo levar a esposa no trabalho dela.
Foi bastante simpático, mostrou o documento – eu até tirei foto - falou que iria pagar o meu prejuízo, agradecendo por eu não ser agressivo e me pediu que eu procurasse uma oficina para consertar o meu prejuízo.
Procurei a oficina que conserto sempre, ele me cobrou R$ 538,00, peguei a nota fiscal e passei para a ele.
O cara achou muito caro, disse que não iria pagar.
Eu não poderia fazer nada, a não ser ir para o órgão competente, registrar a queixa para depois ir ao Juizado de Trânsito, começar toda aquela infeliz jornada de sofrimento.
Conseguimos marcar a audiência, mas ele não foi nenhuma das duas vezes, a conciliadora queria ainda dar mais um prazo para que possa vir, eu disse que eu tinha vindo do interior para a reunião, ele não pode vir para a conciliação na mesma cidade.
Ela entendeu e prosseguiu o processo, onde ganhei em parte, pois a juíza ainda achou que eu tinha razão “em parte”, não sei como, pois estava parado num engarrafamento e recebi a “bordoada” no fundo do carro.
Mas prosseguimos o processo, com idas e vindas, pagamento de estacionamento, gasolina, para ir ao Juizado.
Sei que o processo continua, até a Oficial de Justiça já foi várias vezes na residência dele, em Canabrava – também sugestivo o nome - dizendo que o dito cujo não tinha nada que pudesse ser penhorado, resolveu penhorar então o carro dele; fui mais duas vezes ao Juizado, só para resolver o problema de penhora, mas agora o oficial não tinha encontrado nada.
Resolvi pegar o telefone do local para saber do processo, porque on-line não dá para entender nadinha - parece que fazem de propósito – foi quando a atendente disse que eu tinha que comparecer para preencher mais um requerimento, pedindo que a Oficial de Justiça vá novamente à sua morada para ver se encontra o carro.
Já passou um ano e dois meses e não aconteceu nada, a atendente já me aconselhou a encerrar o processo, pois o nome dele ficará no SPC, mas a minha dívida fica.
Eu fico imaginando, quanta gente tem passado por esse problema insolúvel, principalmente agora que os guardas de trânsito não precisam estar no local para anotar as ocorrências, pois os acidentes acontecem, mas a Penalização Financeira está aí todo dia batendo na porta da gente, de uma forma ou de outra.
Marcelo de Oliveira Souza,iwa