Sonetos : 

DE CUJOS

 
Tags:  SONETOS 2008  
 
DE CUJOS

Aquele que serei quando morto,
De cuja sucessão eu trato agora,
Declarará de mim pela última hora
Tais termos a me dar algum conforto:

-- “Duvido que algum anjo, certo ou torto,
Tenha me acompanhado desde a aurora.
Ainda assim eu, antes de ir embora,
Sei chorar sangue como Jesus no horto!...”

“Não que essa minha angústia se compare,
Mas sim, depois de tudo, ‘inda repare
Ignorar quais propósitos tem Deus.”

“Deixo-vos, por herdade, o que couber
E o intento de a existência, por fim, ser
Vida que gera vida para os seus.”

Betim – 20 02 2008


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/11/2016 20:34  Atualizado: 24/11/2016 20:34
 Re: DE CUJOS
Belo soneto Ricardo! Sabes que aprecio tudo que escreves, esse e mais um!
Abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/11/2016 21:37  Atualizado: 24/11/2016 21:37
 Re: DE CUJOS
Belíssimas palavras, benditas e profundas. meus aplausos pelo brilhante soneto. Abraços para o nobre poeta.