No deserto da minha vida
Caminha uma alma pesada
Que em silêncio carrega a sua sina!
Já foi mordida pelo veneno da serpente.
Já sentiu à noite o frio da solidão.
Já renegou o vazio de um dia de calor.
Caminha ao seu ritmo, lentamente
No seu coração não sopra vento
Não caem lágrimas daquele céu
Para formarem o rio dos lamentos
No deserto da minha vida
Só há um corpo em desalento
A quem ninguém escuta um grito
Onde o luar é a luz da saudade
E sol queima o rastilho do medo
No deserto da minha vida
Sinto-me um fantasma com a alma nua
Vestida com os segredos do futuro
Espero com fúria conhecer a emoção
mas, sinto-me impotente no combate com a razão
Não tenho forças para encontrar o norte
porque há muito perdi a minha sorte
que ficou subterrada com as areias do deserto!
@angela caboz