Chegaste primavera sem ser esperada,
Embrulhada num inverno sem florir
Foste da minha esperança a alvorada,
Dum raio de sol que não consegui abrir!
Limitei-me apenas a sentir-te…
A querer-te…
A tentar de todos os modos descobrir,
Uma fórmula mágica de amar-te!
Tentei… meu Deus como tentei,
Enraizar a alma junto a tua,
Florescer o sol, perfumar a lua,
Deixar que nossos olhares se cruzassem
No rasgar suave dum sorriso!
Desabrochou um pouco essa invernada
Regando um pouco mais essa secura,
Alentada ficou minha amargura
Que julgava jaz na tumba e enterrada!
Letal veneno que me dilacerava o espirito,
Nessa incerteza…
Nessa frieza…
Nessa agonia…
Em que me via, olhava e sentia
Que a pouco a pouco te distanciavas,
Daquilo que sonhava…
Daquilo que vivia…
E que era imensuravelmente infinito!
Que orvalho agora te prende o rendilhado,
Dessa teia em que outrora me envolvi?
Talvez um outro ser amado…
Persentindo eu agora que morri.
Não de sentimentos, não de morte natural,
Não de amores porque afinal…
Chegaste primavera sem ser esperada!
F.Serra
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