Meus bichos soltos- Lizaldo Vieira
Vem do rio e do mar
Foge mim
Cruzam os céus
Voam alto
Correm soltos
Pra lá
Pra cá
Ele quebra encanto
Desencanta
Escorrega feito quiabo
Sabe nadar
Cantar
Pular
Faz pareia com os parentes
Do mato
Faz careta
Dá nó nos cabelos
Pede cabeça de alho
Tem olhos vermelhos
Mija repelente
Come fogo
Cospe brasa
Sopra e apaga a fogueira
Engana passageiro desavisado
Assovia na escuridão
Chama a dama da noite
Par dar um rolê
É tinhoso
Com vara curta
Futuca os ouvidos
Endoida lobisomem
Em noite de lua cheia
E nas marés altas
Transtorna o pescador
Manga do mangangá
Faz o cão chupar manga
Alimenta a flor com ferroada
Enquanto a raposa choca
Espera a cachaça
Pra soltar o grito assustador.
Se zumbi e caipira
Souberem dessa prosa
Certamente vão me convidar
Pra festa de tupã e iaô
De tanto brincar de incendiário
Nunca mais se ouviu
O canto de zabelê
Não é santo
Nem faz milagres
Mais todos os dias minhas
Renova minhas cores
Nas aquarelas do meu quintal
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...