Salve se quem puder nesta rua do nunca,
Nestes prédios centenários degredados,
Nestas antigas fábricas de sonhos abandonados,
Só restam as ruinas de prosperidade qual cemitério industrial ,
Em paralelo com o cemitério de pessoas em cima,
A rua cheira mal de ponta a ponta,mesmo junto á linha de combóio,
No mau cheiro das canalizações , casas de ratos,
As antenas parabólicas mostram como tem parado o tempo aqui,
Pacotes de vinho barato pelo chão,latas de sumo e cervejas,
E o Lavadouro Municipal mesmo ali á mão,
Dá uma ideia da contrastante realidade...
Uma Ford Transit faz marcha atrás derruba 2 caixotes de lixo ...
Que fiquem pelo chão,não é já nada consigo e segue viajem,
É a rua da ETAR e do seu cheiro nauseabundo,
É a rua onde passa uma moradora jovem com uma criança pela mão,
Com um saco de lixo na outra,
O saco rompe se,ela segue caminho impávida como se nada fosse,
Apesar da funcionária de uma das fábricas ainda no ativo,
Gritar a plenos pulmões pela sua falta de educação e pelo lixo que fica no chão..
É a rua da amargura ,é o fim da linha
É a rua dos sem abrigo,dizem do centro para os sem abrigo...Pois é.
E se soubessem que eu lá estava quem queria ser meu amigo?
É esta a Rua Gualdim Pais até ao fim da Estrada de Chelas
SEMEANO OLIVEIRA
21 DE MARÇO 2016 - Participei na Coletanea de Poesia da EDIÇOES VIEIRA DA SILVA ,intitulada "ECOS DE APOLO"