Lembro-me do dia, em que te vi pela primeira vez...
Algo a mais, uma força estranha me conduziu a ti...
Nada percebi, no entanto, mais passei a te ver com os olhos da admiração...
Pouco a pouco, o amor nasceu, tentei resistir...
Ledo engano, inútil tentativa. Estás aqui...
Leva consigo meus dias, minhas horas, meus pensamentos...
Esvai-se de mim; minha pele, que já não me pertence mais...
Face desperta entre nuvens de poesia, amor voraz e sublime...cândido e
pecador...
Ah! Assim é o meu amor!...Talvez incerto, incoerente, mas presente em tua
vida...
Tu és minha oração, ao dormir;
Tu és meu travesseiro, que me acaricia a face e vela meu sono;
Tu és meu sorriso, que se escancara a ti sem nada pedir em troca;
Tu és minha direção, e minha rota errada;
Tu és meu olhar atento a todas as nuances do mundo;
Tu és explosão de ardor em pleno sonho;
Tu és meu devaneio, meu seio, em louvor a ti;
Tu és a Divina Comédia, a mais bela obra do criador;
Tu és meu frio e meu calor, minha chama e meu calafrio;
Tu és meu caminhar, meu tropeço e meu levantar;
Tu és o vinho raro, que me embriaga a alma;
Tu és a angústia do esperar das horas;
Tu és a doutrina e a religião dos céus;
Tu és meu anjo vadio, ou meu servo fiel;
Tu és amor em platônica plenitude;
Tu és o distante e o perto, o errado e o certo;
Tu és o único amor que tenho na vida!
(Ledalge,2006)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)