Sonetos : 

À PROENÇAL

 
Tags:  Sonetos 1998  
 
À PROENÇAL

Dormi, ó bela, em torres de marfim,
Sem mais porvir, sem dor dormir, sem nada...
Ei-vos o corpo estátua inacabada,
Tendo voss'alma pálida por fim!

Não esperais por reis d’além-jardim,
Sim por vós -- quintessência decantada --
Onde as virtudes todas têm morada,
Enquanto os vícios todos sobre mim.

Mas seja meu cantar vosso acalanto.
Pois, embora a poesia amor mundano,
A música traz d'anjos o amor santo.

Sois toda ideal; não carne, cerne humano...
Sede-o, ó bela: Incorpórea! Abstrato encanto!!!
E eu tão-só os ouvidos vos profano...

Betim - 02 10 1998


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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