Poemas : 

DE MÃO EM MÃO

 
Porque há poemas que têm de voltar e complementarem-se...


Mostro de mim quase nada
e nada já sou quem sou

Verto dos bolsos os versos
que guardo dos meus delírios
se me inventei ao luar…
nas noites mansas do estio

Guardo os sabores temperados
em favos de mel e sal
nas fendas no céu da boca
quando à sede me rendi

Mostro de mim quase nada
e nada já sou quem sou

Sei das cores das flores do campo
Sei das dores das folhas no outono
encharcadas de saudade
quando se vão sem querer…

Mostro as minhas mãos rasgadas
nas pedras ásperas que abracei
e guardo flores secas prensadas
dos jardins que não reguei…

Mostro de mim

...


João Luís Dias

 
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jluis
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/11/2016 21:54  Atualizado: 17/11/2016 21:54
 Re: DE MÃO EM MÃO
Tu és peça da poesia mais bonita, tão bonita quanto dias ensolarados e sorriso de criança, tu tens o dom de apaziguar dores com tuas palavras.

Bjs em ti poeta!
Maria Laís!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/11/2016 09:08  Atualizado: 18/11/2016 09:08
 Re: DE MÃO EM MÃO
Um senso que mora dentro de nosso ser, pois os momentos é que ditam as coisa acontecer em forma do prazer. Um poema bem temperado em saboria