sopro da luz
de cada vêz que te vejo
e nao vejo
de cada vez que te lembro
já nao lembro
o cheiro
o som das sombras
que nos tornámos
o desacato do que fomos
e o que deixámos de ser
de cada vez que te sinto
e já não sinto
a luz que reflete
na tua pele dourada
o sabor da saliva
queima a memoria
do que poderíamos ser
de cada vez que por ti passo
e já não passo
corro em silencio
na luz da noite esquecida
no manto prata da lua
que decora a cumplicidade da noite
e ja nao durmo
e ja nao como
e ja nao vivo
e ja nao vejo.
manesflama (jose neves)