Na vida só temos uma grande verdade:a morte. Isso é bem mais instigante
do que pensamos... viveremos então cada segundo de nossas vidas como se fosse o
último? Mas, naturalmente não podemos sair por aí querendo levar a escrita ao pé
da letra. Se fosse assim, de tão fácil solução...meu Deus...eu seria eternidade!
Mas neste rumo ao qual fomos predestinados, algumas vezes fazemos desta
passagem, que é tão efêmera, não somente uma escrita mediana, mas uma escrita
complexa. E por que não? Devemos sempre andar em retidão...olhando pro alto,
pedindo as graças divinas, e saboreando as desgraças iminentes?
A fé nem sempre move juízo...poderá mover montanhas, mas juízo...nunca.
Somos corruptos com nós mesmos, pois fazemos desta efêmera passagem um bônus
para a próxima, e daí quanta ingenuidade!
O martírio é aqui e agora e será amanhã. Esta é a solução para nossa doutrina.
Martirizarmos nossas convicções em bondade a outrem. Instinto de sobrevivência,
então. Ou instinto de benevolência, talvez. O fato é que para sermos
diferenciados neste sistema castrador...temos que ser nós mesmos...e daí a roda
viva se cosolida, pois somos apenas uma casca do que somos...nosso ínterim é bem
diverso...ilimitado...escuro...e somos obrigados a conviver sem ele...na maioria
de nosso tempo. E por que fazemos isto? INSTINTO.
(Ledalge,2006)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)