Chovo pinga a pinga pesada,leve,
bato no chão e desfaço-me
inventando um novo lago
onde danço os pés
e rio como uma criança
É fresca a água,
faz cócegas na face
e rio, rio, rio,
isto é... desato a rir!
Descalço as meias
e sinto nos pés o chão
de pedra lisa escorregadia
e chovo, chovo, chovo,
porque tal foi o trambolhão
que chovo, não pinga a pinga,
mas chovo em imersão.
Vale a rua estar deserta
e ninguém ver essa loucura
mas que bem me soube chover,
lembrando a inocência perdida
e a felicidade da vida
mesmo chovendo assim
Delfim Peixoto © ®