Acredito nas palavras
tanto quanto acredito
nas árvores:
umas vezes despidas
outras vezes em flor
umas vezes imperceptíveis
outras vezes enchendo-nos os olhos
de cor
às vezes rasgando nuvens
outras vezes sensíveis
à lua que passa
pena dócil na manhã calma.
E como as palavras
as árvores têm raízes
que bebem águas d'alma.
Às vezes sombrias
às vezes claras.
Acredito nas palavras
como acredito nas árvores
-
assim as árvores acreditassem em mim
como nas seivas.
Teresa Teixeira