(Pode ouvir o poema recitado pelo próprio autor tendo como música de fundo uma bela canção do grande cançonetista cabo-verdiano, Bana.)
O Último Prazer
Parece semelhança alguma não haver, Entre a plácida vespa e o buliçoso zângão; Porém tal como o zângão depois da copulação, Também a aranha vespa não pode sobreviver;
Assim sobre a rainha no seu último prazer, Morre feliz o zângão após a fecundação; E ao fecundar a dama com energia e devoção, Morre o macho vespa cumprindo o seu dever;
Assim diz-nos a natureza omnisciente, Que há um prazer impetuoso e voraz, Adormecido em cada subconsciente;
Só na derradeira hora esse prazer se satisfaz, Sendo o último que se dá e que se consente, Antes da partida para a eterna paz!
-- Helder Oliveira -- (Helder de Jesus Ferreira de Oliveira)