Escondo-me em sentimentos diferentes:
à luz dada no céu do amanhecer,
o tempo esfumaça a correr rapidamente trazendo a tristeza.
Entorpecem-me os sentidos,
sinto extinguirem os outros anseios,
como impulsos decadentes na presença da tua alma.
Oprimem-me nefandas névoas dessa mentira que sustentas
sufocando terrivelmente o dom mais precioso e caro em mim.
Bem sei que os sentimentos surgem, ficam e vão,
eles estão muito além das volitudes personais,
assim como os flocos da neve não podem impedir um raio de sol cálido,
as dores nos corações haverão de ser sentidas
como resultado inequívoco do próprio ser das feridas.
Não há como acalentar restos de vontade ante obstáculos tão poderosos,
o tempo correndo sempre rápido dá outro significado às antigas escritas;
não se segura um grito, nem o fenecer da ilusão faz calar o peito.
Não me entendem, nem espero outros sentimentos alheios,
tristezas e alegras, caminhos diferentes problemas presentes,
não entendem que espero apenas os gritos das aves anunciando mais um amanhecer
- mantidas a angustia e ansiedade dessa separação -
lentamente senti morrer a arte que sempre espero que nasça novamente.