Em toda a tua vida Um mar de sombras Mansa onda que desdiz ardida É na foz do tempo a tua nascente E a dor da chegada é tua partida.
Se todo o gozo é algoz saída Na indolência suicida que vai e vem Se todo o veneno é uma bebida É insensato e pequeno não ir além.
É nesta pobreza que se morre à míngua Com a fartura dos sentidos ao teu redor Frente ao espelho uma negra língua. O vazio da tua alma em mi menor.
Quando o sonho encharca uma semente Os seus fantasmas no passado ficarão E há tantas estrelas na noite que te oriente Uma leve brisa transformar-se em furacão.