Canção do meu adeus
(GOIÁ)
Jamais verei a minha terra pequenina
Porque sei que em cada esquina
Eu só teria desengano
Nunca me esqueço do garimpo dos coqueiros
E dos velhos companheiros
Dos saudosos nove anos
Lembro-me sempre de Josias e Anterino
Aguinaldo, Noraldino,
Desidério e Rafael
A quem me dera e ajudasse o meu destino
Que eu voltasse a ser menino
Lá no meu Coromandel.
Mas como posso te rever minha cidade
Se nas ruas da saudade
Meus amores não verei
Se lá no alto na casinha tão branquinha
Já não ha minha mãezinha
Pois sem ela eu já fiquei
E nas novenas de Santana padroeira
Já no há o Zé Ferreira
Com a bandinha a tocar
E nesse instante meu Coromandel querido
Baixo os olhos comovido
Pra ninguém me ver chorar.
Adeus, adeus macaúba das vazantes
Douradinho dos diamantes
A saudade é meu tormento
Porque guardar os velhos tempos de criança
É viver de esperança
Pra morrer de sentimento
Coromandel dos antigos sonhos meus
A canção do meu adeus
Para ti eu dediquei
São pedacinhos de saudade dos parentes
Das planícies e nascentes
Desta terra que eu amei.
Maringá, 25.10.16
verde
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