Fogem de mim as palavras quando suspiro felicidade A vida corre livremente sem desassossego ou amargura Há ocupação ou não existe devaneios de loucura As palavras apenas existem na banalidade do dia-a-dia.
Mas quando o vento sopra para norte E num raiar de sol se estende a tempestade Da densidade amarga de ódio ou dor Na fervura da incapacidade da expoente máxima da impotência Que em pele de galinha e com soluços entre lágrimas Solto um grito silencioso e mais escuro que ausência de luz Todas as palavras do mundo se tornam minhas Rodopiam, piscam e forma frases na minha cabeça Aquelas que apenas o meu mas exclusivamente o meu Mais íntimo do íntimo do meu âmago sabe E que o mesmo ainda que proscrito é vedado Pois ninguém que apenas eu sabe o que eu sinto E ninguém que apenas eu pode saber.
Completamente avassalada pela tristeza São elas que socorrem Como o amigo que nunca está e o que nunca poderia ouvir Mas que depois de 169 palavras Suspiro de alívio e estou pronta..
Pronta para que as trevas me ensinem ainda mais letra a letra.