O velho e a donzela
O velho e a donzela
Conheceram-se na porta de um bar
O velho fumamdo charuto,
A mocinha o rabo a abanar.
Uma donzela em busca de uma vela
O velho quase não conseguia andar,
Com os olhos atento de velho tarado,
Dizia sempre: moça! Queira me acompanhar!
Um belo dia a moça acanhada,
Disse: eu vou o convite aceitar,
Quem sabe hoje eu encontre meu tesouro
Ou um birimbau mole eu vou pegar.
Quando o velho no outro dia ai passando,
A moça veio logo se apresentar,
Seu Nicolau como vai a sua perna,
Que braço forte! Tem força para apalpar?
O velho os olhos arregalou,
A bengala da mão logo caiu,
Quis até mostrar sua gaiola,
Seu passarinho que estava com muito frio,
Disse a moça, olha aqui eu sou donzela,
Não teve homi para comigo bulinar,
Não se assanhe velho safado com seu cipó,
A sua cobra nem com flauta quer despertar.
O velho se irritou com a donzela,
Chamando, vem eu quero conversar,
A cobra que tu pensa que está morta,
Morde até quem perto dela ficar.
Vixe Maria seu Ambrosio
que coisa feia,
Deu até vontade de espiar,
Se essa cobra é valente e morde tanto,
A vontade é na cabeça dela pisar.
Minha donzela pra que tanta agonia,
Quando quiser na minha casa pode chamar,
Ela é mansa e só tem uma cabeça,
Mas treme tanto quando alguém quer espiar.
O senhor está quase me convencendo,
E agora vou mostrar que sei rezar,
Pra expulsar do senhor esses maus pensamentos,
Essa donzela ainda pensa em namorar.
Não quis assustar a nobre donzela,
Apenas é uma forma pra eu prosar,
Mas se olhar pela brecha da gaiola,
Vai dar vontade é logo de ficar.
Essa prosa está mim dando calafrio,
Até a roupa deu vontade de tirar,
Mas seu Nicolau é melhor que var embora,
Seu passarinho da gaiola quer pular!