No Tibete, os monges, vivem em conflito com os chineses, sem serem livres.
Em certos sítios, os crentes mentem, imprimindo em si um Deus.
De joelhos no solo de xisto, os monges temem os elementos.
No monte Everest, em pleno voo, um colibri tem o seu bico preso no mel. Impossível fugir.
Sente fome.
Com o espírito no vício de glicose, sofre horrores.
O oxigénio, um terço do comum.
O vento é frio, cobre de tremores uns e outros.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.