(Poderá ouvir o poema recitado pelo próprio autor, tendo como música de fundo a famosa melodia dos anos “60”, “Yesterday”, em solo, do famoso conjunto musical, “The Beatles”.)
(Para melhor se perceber o poema, convém esclarecer que o mesmo foi escrito, em alusão a circunstâncias adversas em consequência do falecimento de uma pessoa querida, em 2008, tendo o autor então se mudado para outra província do país, na sequência da qual perdeu bens materiais, bem como amigos e amigas. O poema foi, assim, escrito numa altura em que o autor se encontrava num estado de espírito bastante baixo.)
FANTASMAS
Nesta noite de sono agitado, De suores caindo no lençol molhado, Viro-me e reviro-me, Encolho-me e estiro-me, Na angústia de um repouso malfadado;
E então vejo à minha volta, Velhos amigos para abraços cordiais; Corro a abraça-los mas repassado de revolta, Vejo-os dissiparem-se, apregoando: -- Somos fantasmas e nada mais!
Vejo igualmente desde o quarto ao corredor, Bens que perdi, extintos mananciais; Salto da cama, quero-os ao meu redor, Mas logo eles se debandam, proclamando: -- Somos fantasmas e nada mais!
Também as vejo a elas, As namoradas dos meus prazeres sensuais; Levanto-me agitado, corro para elas, Mas logo elas se evolam, ciciando: -- Somos fantasmas e nada mais!
Agora sinto sobre mim como um clarão, Dois olhares francos e leais; Reconheço-os, agita-se-me o coração; Mas logo eles se evaporam, sussurrando: -- Somos fantasmas e nada mais!
Sentadas a meu lado nos dois lados da cama, Vejo agora a alegria e a bonança dos meus ais; Em delírio salto com o coração em chama, Mas vejo que elas se esfumam, murmurando: -- Somos fantasmas e nada mais!
Espectros saudosos, não me persigam! Se a esta angústia recusais trazer a cura, Cruelmente desprezando o meu convívio; Se para as passadas glórias o caminho é ínvio, E se já tendes a rota da minha desventura, Porque vindes a mim perpetuar esta tortura? Espectros saudosos, não me persigam!
-- Helder Oliveira -- (Helder de Jesus Ferreira de Oliveira)
Oi Mary, não há dúvida que isso é verdade. Todos nós somos avassalados por espectros que não nos deixam em paz... é o espectro do medo, o espectro da solidão, o espectro da incerteza, o espectro da velhice... enfim, o que podemos fazer será, talvez, não pensarmos muito neles mas... às vezes tal é inevitável... Mary desejo-lhe continuação de bom domingo. Uma saudação amiga do Helder
Oi, Ania, foi um prazer receber a sua visita e o seu comentário. As palavras elogiosas que me dirigiu são um incentivo para tentar fazer sempre melhor. Continuação de um bom dia. Uma cordial saudação do HelderOliveira