Riacho doce - Lizaldo Vieira
Meu rio secou
Meu canto de pé de serra
Sumiu com o chuá chuá das nascentes
Cadê animo
A vida de mãe SEREIA dançou
Ciliar morreu
Correnteza cessou
Tromba d'agua não veio
Apito do Saveiro
Calou
Meus olhos marejam
De pena
Cheios de dor
Por tanta malvadeza
Quem cantava
Agora chora
O peixe
Água boa de beber
Caíram fora
Fim do ciclo das límpidas
Ponto de parada
Das cachoeiras torrenciais
Guarda a rede
Ó pescador
Se o rio não tá peixe
É porque algo de errado
Chegou
Falando grosso
Bomba sugadora
Irrigação desenfreada
Transformando em tudo
Em nada vale o reclamo
Chora o bicho com sede
A lavadeira com a roupa suja ficou
Foram embora o saracura de brejo
O galo de campina bateu asas
Nem mesmo para contar a história inglória
Sapo cururu
Jesus meu deus
Naquelas paragens
Nunca mais voltar
Tudo agora
É neca de pitibiriba
Tchauzinho
Doce rio de nossas vidas
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...