Poemas : 

Working hours

 
Voavas pelos meus olhos adentro e as palavras que te vestiam faziam-te nua ao tacto
em que te contemplava - era então que caía pela tua noite adentro num sôfrego
desejo como um beijo em que o ar falta mas os lábios não se deixam ceder – um proveitoso
morrer diriam os mais sábios talvez se soubessem os efeitos medicinais do toque do teu corpo – faz-se sempre mais tarde para nascer até que o teu toque traz o trânse divino – então jaz morta toda a vontade de ser – já não se é se a tua presença deixa de estar – tornas-te a cada momento o definir de um verbo em que toda a acção é o intervalo entre o berço e seis pés de chão – como se o primeiro grito fosse o desespero de ter sido lançado para um local onde me obrigam a reencontrar-te – um grito de medo por não te ver ao lado na hora exacta em que a nossa alma deixou de ser uma – deixa que me passeie por ti adentro mais uma vez – não vejo a hora de morrer este existir sozinho de ti.

 
Autor
Ricardo_Barras
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/09/2020 10:17  Atualizado: 23/09/2020 11:36
 Re: Working hours


























Cabe-me perguntar ao Diabo, senão aos Deuses tolos, (pedante eu se, perante eles me calo) e dentro das horas de trabalho destes, por onde param, por onde andam as "hordas" de pseudo doidos, ditos ipsis-verbis de "poetas", imbecis/idiotas, bichos "apreciadores" de poesia ", "à-beça" e "à-garfada", tantos tantos, aos encontrões e às "bolandas", falando "de-empreitada", cegos empreiteiros do "Adeus Ciência" em cinquenta mil excelsos "tomos" de ar e nada e acerca de enxertia de matilhas de galhos podres e de podas "mal-dadas" quando se trata de acariciar damas de "nem-por-isso", apreciar escórias de café e bagos de uva preta, chicória de coisas poucas e reles detergentes de lavar louça, já que, neste Olisipo "Tejo" Grego, no Restelo das lusas hortas, à "barra" bem cheia, marinheiros "à nora", nem vê-los "de-em-pé", nem de esquadria, muito menos "de-ombro-a-ombro" às horas de "ponta-e-mola", "de-naifa" enfiada na bainha da boina à laia de "Peaky Blinders" com pistola no sovaco e dedo no gatilho.
"Viva e bem" se quer a poesia e sempre, sempre em "obras", como na construção civil, na moradia não moribunda, não desiludida e morta, ópera patética amorfa, bufa (fóssil e fácil) decepada de frágil fibra, não obliterada de órgãos genitais sinceros e das cores de sangue que o sol-posto, suposto tem nos testículos e na proporcionada glande, pra não falar nos lábios da vagina grande (...)

(Bem hajas Ricardo-Barbas, pela tua escrita húmida e única, não digo bonita, mas cerca ...)