Eu amava a História
Dela eu extraia lições dos acontecimentos
Para que não viesse a cometer os mesmos erros
Que mentes insanas cometeram no passado.
Dela eu extraia lições de humanidade
De pessoas que viveram e lutaram
Pela liberdade do seu povo
E essas lições eu queria viver e passar
Para minha posteridade.
Mas, roubaram isso de mim
Dizendo que não é importante para um povo
Conhecer a sua própria História.
Eu amava a Filosofia
Os grandes pensadores que formularam idéias
Desde os pré-socráticos tentando descobrir o mundo
Rompendo com os mitos de origem.
Sócrates, que deu a vida pela suas idéias
Platão que me ensinou a República
Aristóteles, a Metafísica e a Política.
Com ela eu aprendi um pouco
Sobre a Patrística de Santo Agostinho
E me encantei com as provas da existência de Deus
Formulada por Tomás de Aquino.
Não tenho espaço para descrever o encanto com
Os filósofos modernos e contemporâneos
Descartes, Kant, Rousseau
Nietzsche e tantos outros
Que me fizeram pensar com mais liberdade
Ter minhas próprias idéias.
Mas, roubaram isso de mim
Dizendo que não é importante para nossos jovens
Ter a liberdade de pensar e refletir
Sobre as cosmovisões do mundo.
Eu amava a Sociologia
Como ela me ajudava a refletir sobre a sociedade
Entender um pouco sobre a cultura de um povo
As contraculturas sempre tão importantes
Para delimitar os espaços de idéias na sociedade.
Como entender o preconceito, o racismo
Sem estudar as questões sociais que nos cercam?
Ela que me ensinou sobre as instituições sociais
Família, Igreja, Estado
Sobre os conceitos básicos para a compreensão
Da vida social.
Comunidade, cidadania e minorias
Entre outras coisas que servem
Para o entendimento do mundo.
Mas, roubaram isso de mim
Dizendo que não é importante
Conhecer a sociedade e nem conceitos de cidadanias.
Ah! Eu amava a Artes
Mas que importa isso?
Que importa Educação Física?
Na verdade, para que educação?
Que país é esse?
Que país é esse?
O que querem é um bando de alienados
Rebanho passivo que facilitem o domínio
Que possam exercer o controle.
Não querem um povo que pensam
Eles dão muito trabalho.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense