Pai,
Ouvistes minha prece?
Por que então não o tirais de mim?
Tanto a fazer!
Tanto a estudar!
O amado mesmo já ousou
a avisar-me de que irá
de mim se afastar!
Que resta-me agora a querer?
Resta-me confiar-Vos
a fazer-me arrefecer!
Passo os dias
a lembrar de esquecer...
Minha pena?!
Aposentei-a já
na Esperança de sem ela
poder a imagem dele
em mim escurecer.
Ah, que dilema!
Tanto amor ter de matar!
Mas, se não o fizer,
ele a mim
com certeza,
quando deixar-me, o fará.
Pai,
Para que insistis
em permitir eu assim amá-lo,
se eu já sei a solidão
que me resta sem jamais encontrá-lo?
A Vós tento elevar ainda uma vez
um esquecer em prece;
mas, quando tua voz de Amor Infinito eu embalo,
compreendo meu Destino de dor
e obediente me calo.