Do que te digo e não sei, me atrai o desafio,
haverá segredos e revelações;
exige mais que apenas sublimes palavras,
entre enganos e manifestações.
Saber-te a essência é impossível,
isso se revela tal varrer para baixo das alfombras
as lágrimas que dão à alma a inspiração,
o estro de tantas poesias inauditas.
Acredito na beleza incorruptível de um verso tecido nas sombras,
digo e vejo no que não leio nas apagadas linhas não escritas.
Sentimentos nas sombras há de haver,
dizendo ou não da alma alheia,
pode haver grande beleza,
quando se a leva de toda cheia.
Todos acham que se conhece alguém pelo estro que rega a poesia,
quando o sentimento se executa uníssono ao som da mesma melodia.
Há desvios, ao desconcerto,
revelam-se almas mais amplas, troféus,
de tudo que não se diz quando se pensa que não é,
não há nada mais maravilhoso sob estes mesmo céus,
que a mulher amadurecendo sonhos alvissareiros,
ainda que na firmeza negar a psiché;
porquanto a se arriscar ao engano,
tão profundo como o fundo do mar,
se da boca não saem palavras reveladoras,
da poesia em fluxo não há nem poder ignorar.