A mais bonita abriu a porta, sorriu pra mim
convidou-me para entrar sem pudor algum
E disse-me, para instalar-me, juntinho de si
o meu corpo cansado ainda em largo jejum
E ali estava eu, junto da mais bela das belas
o lar era confortável e aprumado, um gosto
Vinda da cozinha, disse-me, que umas velas
acendesse, para, assim, afastar o desgosto…
E ali conversamos durante bastante tempo
de vidas antigas, que deixaram suas marcas
de horas sofridas trazendo-nos o desalento
A mais bela das belas trouxe-me que beber
enquanto eu me perdia, em palavras parcas
e, mal sabia eu, ainda, que um dia, a iria ter.
Jorge Humberto
03/03/08