Décima do acalanto da alma
Dorme ó alma nos laços da tristeza,
deixe a noite cobrir a solitude,
mergulhe na mais doce quietude;
haverá amanhã sobre essa incerteza,
repouse mantendo firme a nobreza.
Dorme, minha alma, nutrindo a candura,
na voz do vento sairá a desventura,
nas águas do rio irão as aflições;
transes nas corredeiras de ilusões,
e nas palavras da noite a ternura.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."