Se o teu amor, por caridade, me dás,
deixa estar, não o quero em mim a palpitar,
não quero sobras do que fica com quem estás,
antes só, do que ter de ti o que sobrar!
E já não há lágrimas nos meus olhos
excessivamente abertos! Eles bem te seguem!
Dás a tantos, teu amor aos molhos,
e a mim, só os restos que não querem!
Amor por caridade não tolero,
pois há muito quem me queira por aí,
simplesmente, por ti, sou eu que os não quero.
Que te fique na alembrança o que te dei,
tantos versos deste amor que te escrevi
e que ao fogo da revolta entreguei.
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro