Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 02/09/2016 18:28 Atualizado: 02/09/2016 18:28 |
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Re: .
Acho este poema duma candura comovente.
Tem distintamente duas partes. A primeira duma existência conformada, em "piloto automático" e a segunda da descoberta. Acho particularmente felizes os versos: "Descobrir o vento quando rapamos o cabelo" pela sua proximadade ao dia-a-dia. "...querendo o pescoço nos lábios..." pelo inesperado do contrário. Claro que, como diria Cervantes em D. Quixote - vê moinhos são moinhos, vê gigantes são gigantes... Também se pode ver ouro em chifres de touro. Abraço |
Enviado por | Tópico |
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Jmattos | Publicado: 03/09/2016 01:42 Atualizado: 03/09/2016 01:42 |
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Re: .
Poeta
Gostei imensamente! Beijos! Janna |
Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 03/09/2016 08:26 Atualizado: 03/09/2016 08:26 |
Da casa!
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Re: .
As tuas cinco primeiras estrofes levam-me em passeio galáctico…
A primeira estrofe é soberba, combinando o próximo com o longínquo de um modo que me enternece. Deste modo, orbita-se – não uma estrela ou um planeta – mas um “olhar” e, com esse movimento, levitamos. Simultaneamente, encontramos o brilho cósmico, não à noite nos céus, mas a “35 centímetros acima dos ombros” (adorável a precisão!) Caminhamos, orbitando, por este olhar que “desenhas” nos teus versos, sentindo a necessidade do sujeito poético de obter repouso para este seu “coração anémico”, pesado de sombras, que, por falta do fluxo vital, não palpita como deveria neste seu corpo “caminhante”. Saltamos da paisagem cósmica para as “ilhas gregas” e sentimo-nos atraídos por um mundo que nos prega com o seu “campo gravitacional”. Porém, o que nos espera serão “trilhos conhecidos” e já o sabemos ainda antes de os pisarmos (e cá voltamos nós à ideia de órbita, de círculo ou elipse, de ciclo, de repetição). Mesmo sem convite, o sujeito poético entra neste novo mundo tendo como “carta de apresentação” um “olhar em ramo” e um “par de flores tristes”. As flores lembram-lhe o coração anémico... e o “olhar em ramo” este encantamento que o faz gravitar. |