Certa noite, havia passos pela rua,
um vulto, ao longe, capa aos ombros
num passar sombrio e absorto, à luz da Lua,
ia apressado, parecia um assombro ...
Ninguém na rua ... só ele ... de capuz ...
E aonde iria ... d'onde vinha tal figura,
calado como as pedras que pisa e seduz
ou o retrato inerte por traz d'uma moldura!
Lá ia mais negro que a negrura da noite ...
Quem penetra ele devorando-lhe as entranhas?!
Quem deixa que ele em si se aninhe? Acoite?!
Dizem que nunca o viram - seu rosto! Só despido!
Ou, então, ao Luar, com passadas estranhas
de capuz, tal qual o Conde de Monte Cristo!
Richard Mary Bay
"o Último Romântico"