Poemas : 

Quase obscuro

 
Quase obscuro
 
Tens de mim uma figura que de mãos dadas dão-lhe silhueta
letras do meu surgir.
Dentro da ciranda de palavras feitas
pra fingir
move-se a gravura cheia de nadas pra prosseguir.
Tens de mim uma procissão que não sabes pra onde vai mas não te importas
de seguir.
Tens de mim um artifício
da solitária inspiração nascido e abandonado no mover de páginas
que puxam outra pra insistir no ofício
de entalhar um rosto equilibrando vários corpos








 
Autor
Amanayara
Autor
 
Texto
Data
Leituras
758
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
1
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 01/09/2016 04:43  Atualizado: 01/09/2016 04:45
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Quase obscuro
Poema direccionado.
Gosto de tudo.
Gosto da riqueza vocabular.
Do cuidado claro que existe no processo criativo. Nada é deixado ao acaso.
Gosto das entrelinhas que me falham. Como se, também eu, tivesse de ti "uma procissão que não sabes para onde vai, mas que não te importas de seguir"...

A última estrofe apesar da riqueza supracitada falha-me o conteúdo,mas sei ler uma artista multifacetada que, em vez de várias caras, tem vários corpos.

Bj