Esta farpa encrustada neste peito
verte em pena poética a amargura
fazendo-me sensata na ventura
de consolar a dor no verso feito.
As flores suavizam meu trejeito
enfeitando-o de morte e formosura
e a voz enrijecida, toda escura,
reveste de sepulcro o próprio leito.
A minha escrava alma... pobrezinha...
sem mais lágrimas chora... e definha...
suspira um santo nome à exaustão.
Não aceito a eternidade tão sozinha,
beijo aquela face que é tão minha,
deliro com meus lábios na ilusão.