Enviado por | Tópico |
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Rogério Beça | Publicado: 30/08/2016 19:48 Atualizado: 31/08/2016 02:44 |
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Re: Pr' agora as horas são
Carpe diem certo?
O primeiro período fala da precipitação. Essa incapacidade absurda de apenas viver o amanhã. A ideia repete-se nos restantes períodos. A ansiedade dos braços que são a própria gaiola de pássaro que somos. E a frustração de nunca disfrutar-se do amanhã em que se vive. Muito menos do agora que se rejeita. Arrepiante. Obrigado |
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Enviado por | Tópico |
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Margô_T | Publicado: 31/08/2016 08:32 Atualizado: 31/08/2016 08:38 |
Da casa!
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Re: Pr' agora as horas são
Profere-se: “abençoado será o dia de amanhã”
quando o dia de hoje ainda vai a meio, estando (ainda) por acabar. Profere-se: “abençoado será o dia de amanhã” achando que o tempo se resolve a si mesmo (até que chegue esse abençoado dia de amanhã e se volte a proferir: “abençoado será o dia de amanhã”... e assim se vai puxando o tempo – e o que idealizamos e pretendemos dele e nele – sempre mais e mais para a frente.) O corpo expõe-se ao tempo, nu, sem fazer nada nele para além de esperar algo que não surge por esperar... e nem os pés se calçam para se fazerem aos caminhos do Presente que, dia após dia, erguerão frutos no Futuro. Durante o processo de espera, os “sonhos amarrotados” vão sendo acumulados “dentro do cesto”, não havendo espaço para arrumar sonhos e tempo, já que o segundo “corre veloz”, “bem arrumado”, sem dar tempo para arrumações interiores. Mas as mãos dessa voz que profere: “abençoado será o dia de amanhã” “já têm anéis” e nem assim foram amadurecendo a ansiedade desses dedos que não sabem fazer do amor algo mais que o “esboço de” uma “semente”. Profere-se: “abençoado será o dia de amanhã” como uma oração e abrem-se os braços para voar nesse “precoce destino” quando ainda se é “gaiola” não havendo espaço para um esbracejar sequer. Porém, se acaso este pássaro (prisioneiro de si mesmo) se soltar, não saberá usufruir da imensidão de espaço disponível e voará “faminto devorando/todos os desenganos até/um céu onde tudo grita e nada responde.” Tornaremos do “agora” uma prece e repetiremos: “agora, agora, agora” vivendo aqui, na hora como este teu poema nos (re-)ensina. Tens sido uma boa surpresa de leitura! |
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Enviado por | Tópico |
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Jerenino | Publicado: 20/09/2016 17:58 Atualizado: 20/09/2016 17:58 |
Da casa!
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Re: Pr' agora as horas são
Pr agora as horas são belas pra ler esse poema e despertar o coração.
Amei bjs amiga poeta |