CARTA GALANTE
Peço desculpas pela minha ausência;
Não há um dia que eu não o lamente...
E toda essa dor, como um mal latente,
Amiúde me pesa na consciência.
O certo é que me furto à convivência
E nada mais me apraz, infelizmente.
Estou sempre só entre estranha gente,
Muito ciente da própria decadência.
Já tive dias bem melhores, sim...
Confesso ter saudade até de mim,
Quando andávamos juntos, mão a mão,
Eu sinto a tua falta... Eis tudo, enfim!
Por isso é que hoje, sem consolação,
Te escrevo o que me passa ao coração.
Belo Horizonte – 20 02 2000
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.