Se tens que julgar-me pelo que eu fui e o que sou agora,
eu te peço: Seja breve , pois não suportaria a angústia das horas.
Vê, ó amada: as palavras secaram no céu da minha bôca
E não sei o que dizer,
exceto, que te amo.
E, se isso não te é suficiente,
perdôe o engano,
a mesquinhês, tua espera vã
por alguns pobres versos meus,
por este sorriso, que já foi sol de primavera, e por este olhar,
que foi a aurora de todas as manhãs.
É que agora, são só traços de fumaça envôltos no ar rarefeito de minha existência fatigada.
Perdoa-me, pois sou qual estéril poeta, sem a luz das fantasias
e órfão do brilho das palavras retidas na garganta.
E não adianta ,a gente é o que sente !
Vê o mar largo de tempestades ?
ora gritando, ora calado;
ora agitado,
ora silente ,
como se não estivesse alí ?
Pois, sou o mar e suas dôres .
Porquê não me vês assim ?
Algumas vezes sou turbulência,
noutras, sou toda a ausência de mim.