Usando as palavras para me satisfazer, quando as escrevo, as leio e as desfaço, ou esmagando-as com o divinal prazer, como se de cada fosse de mim um pedaço.
As palavras desfeitas refaço-as ao escrever, com amor, com ódio ou com embaraço, que a mão do poeta até pode ter, nas palavras trocadas que procura o palhaço.
Com as palavras faço amor, como o amor jamais foi feito, e com a troca de palavras faço humor, se para isso, ainda, tiver algum jeito.
E dou a palavra e o verbo que sobrar, ao povo, ao poeta ou ao deputado, a quem quiser com as palavras brincar, e esteja, por Deus, abençoado.
Ora vamos lá continuar a desfazer, as palavras com todo o cuidado, para poder continuar a escrever, e ter os Deuses sempre a meu lado.